Com a presença de cerca de três dezenas de pessoas, entre as quais membros rotários e qualificados técnicos convidados ligados à produção de energia eléctrica, o jantar contou com a presença na mesa de honra de António Luis dos Santos, Presidente do Rotary Clube do Entroncamento e sua esposa Lurdes Silva, do orador convidado, Eng.º. Paulo Santos e sua esposa Cláudia e Luís Valente, Governador Assistente do Distrito 1960.
Aberta a sessão, com o tradicional toque do sino rotário, o presidente António Luis dos Santos deu as boas-vindas aos convidados e companheiros rotários, cuja presença agradeceu, apesar das baixas temperaturas que se faziam sentir, desejando-lhes um bom apetite e sublinhando a acuidade do tema que iria ser apresentado pelo orador convidado.
Concluído o jantar, seguiu-se a apresentação de um brevíssimo resumo curricular do Eng.º. Paulo Jorge Domingues dos Santos. Apesar de ter nascido em Lisboa e tendo iniciado a sua formação primária em Luanda, posteriormente veio a residir para o Entroncamento onde conclui a sua formação primária e secundária (Escola Dr. Ruy de Andrade e ES c/3º ciclo).
Licenciou-se em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico e especializou-se em Manutenção Industrial pela Ordem dos Engenheiros.
Trabalhou na EDP nas Centrais termoeléctricas de Sines, Setúbal e Pego, sendo então o mais jovem Chefe de Manutenção de uma instalação industrial com estas características e dimensão em Portugal.
No ano de 2000 iniciou uma nova fase da sua vida profissional em Espanha, onde atualmente é Subdiretor de Serviços Técnicos e Planeamento na Endesa Generacion, uma empresa do Grupo ENEL, a maior da Europa em faturação e em número de clientes, a segunda maior em potência instalada e a terceira em produção elétrica.
O orador começou por abordar as tecnologias de produção de energia, centrais nucleares, centrais termoeléctricas (carvão e ciclo combinado com gás), centrais hidroeléctricas e renováveis (aerogeradores, fotovoltaicas/solares, geotérmicas, outras), referindo-se depois à problemática na distribuição de energia (as pessoas não querem linhas de alta tensão, face aos riscos que poderão trazer).
A problemática da produção de energia foi abordada pelo orador, com a resistência à instalação de centrais nucleares (recordar Chernobil e Fukushima), centrais a carvão (energia considerada suja), centrais hidroelétricas ("habitat" de peixes ...), centrais a gás (considerado perigoso), aerogeradores (ruídos das pás); e fotovoltaicos (impacto visual).
O orador sublinhou a perspectiva de crescimento do consumo de energia eléctrica, apontando a realidade da China e da India, adiantando que até ao ano de 2035 a maioria do crescimento de produção se sustentará no gás e energias renováveis, conquanto os maiores recursos por explorar residam no carvão e no urânio, sendo que a União Europeia está cada vez mais dependente da importação de energia. Referiu ainda que o aumento do consumo energético na União Europeia, entre 2005 e 2020, será de mais 12% e que o objetivo é que as energias renováveis atinjam 34%.
Paulo Santos, considera que a produção pelas centrais nucleares é tido como um "problema", apesar de muito seguras, referindo que a China, está a construir simultaneamente 10 centrais nucleares
Relativamente a Portugal, considera que dependemos 70% do petróleo e do gás e 10% do carvão, sendo que as energias renováveis custam 2,5% mais que a produção convencional, sendo que o Estado subsidia a diferença.
Concluindo, referiu que as energias "renováveis" são ainda muito caras, e que “países que não são ricos, como Portugal e Espanha, deveriam avançar com calma e esperar o amadurecer da tecnologia, até porque, as energias renováveis necessitam de ter outras centrais de base por trás, térmicas ou nucleares, para fazer face à sua atual inconstância na produção.
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